19/04/2025
Ataques a Soberania Dossiês

Dossiê: Dulles – A Engrenagem da Influência Estrangeira na Política Brasileira

  • dezembro 18, 2024
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O Dossiê Dulles, apresentado por Kim Paim, emerge como uma profunda investigação sobre a intrincada rede de influências que moldaram a história do Brasil. Ao mergulhar em eventos

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O Dossiê Dulles, apresentado por Kim Paim, emerge como uma profunda investigação sobre a intrincada rede de influências que moldaram a história do Brasil. Ao mergulhar em eventos do passado, o dossiê revela como figuras e organizações estrangeiras, muitas vezes ligadas a interesses econômicos e geopolíticos, desempenharam um papel crucial em momentos decisivos da política nacional, perpetuando um ciclo de dependência e exploração. O vídeo busca desvendar as engrenagens desse sistema, mostrando como esses agentes não só atuaram no passado, mas também continuam a influenciar o presente do país.

A jornada de Kim Paim para desvendar os mistérios por trás da figura de John Watson Foster Dulles começa de maneira fortuita, através da descoberta de um livro que abordava a resistência anti-Vargas e mencionava a Escola de Direito de São Paulo, que hoje é parte da USP1. Esse encontro casual acende uma chama de curiosidade, que leva o pesquisador a investigar a fundo a história e as conexões do autor. Dulles não era um historiador comum; as suas ligações familiares revelam uma complexa rede de poder. Seu pai, John Foster Dulles, serviu como Secretário de Estado dos EUA, enquanto seu tio, Allen Dulles, dirigiu a CIA234. Esses laços familiares, por si só, levantam suspeitas sobre a real natureza da sua atuação no Brasil. A escolha de Dulles por estudar a oposição aos regimes políticos estabelecidos no Brasil, segundo Kim Paim, não é aleatória. Ao compreender a forma de pensar da oposição, seria possível, inclusive, auxiliar na manutenção do establishment no poder56.

A família Dulles desempenhou um papel fundamental na definição da política externa americana durante a Guerra Fria. John Foster Dulles (pai), em um relatório do Conselho Mundial de Igrejas, argumentou que a soberania nacional era a causa de muitos conflitos3. Essa visão ecoa na política externa americana da época, que visava a expansão da influência dos EUA no mundo. Além disso, ele foi um dos fundadores do Conselho de População com Rockefeller e presidente da Fundação Rockefeller, demonstrando suas ligações com os grandes grupos de poder3. Já Allen Dulles (tio), diretor da CIA, participou da fundação do Council on Foreign Relations (CFR), um grupo que reunia políticos, economistas, membros da imprensa e indivíduos com grandes fortunas e conexões com o serviço secreto. O CFR tinha como objetivo controlar tanto momentos de conflito quanto de paz47. Como Secretário de Estado, John Foster Dulles defendeu a “retaliação massiva” como estratégia para conter o avanço do comunismo, uma política que legitimava a intervenção em outros países8.

A chegada de John Watson Foster Dulles ao Brasil em 1959 como executivo de uma empresa de mineração adiciona mais uma camada de complexidade à história29. Apesar de ser apresentado como historiador, o seu envolvimento com a mineração levanta dúvidas sobre os seus verdadeiros objetivos no país. Em 1965, a Globo noticia a sua presença no Brasil para realizar pesquisas para um livro sobre Vargas, sem mencionar sua ligação com a mineração10. Em 1963, contudo, a mesma Globo revela que Dulles foi apresentado ao Sr. Castilho Cabral para tratar de negócios da mineradora Hanna10. A conexão com o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), um grupo que financiava candidatos, adiciona mais uma peça a este intrincado quebra-cabeça. Dulles acompanhou Ivan Haslocher, chefe do IBAD, em uma visita a Castilho Cabral, com o objetivo de entregar um relatório sobre a Hanna para Jânio Quadros1112. O fato de Dulles não mencionar em seus livros a sua atuação na mineração e a sua participação em uma CPI, demonstra que ele não era apenas um historiador13. Ele tinha um objetivo claro de usar a sua influência para resolver os problemas políticos da mineradora Hanna12.

O IBAD, um grupo que supostamente promovia a democracia, atuava de forma clandestina para minar o campo contrário e espionar o processo político eleitoral1415. As ações do IBAD visavam influenciar a política brasileira através do financiamento de candidatos, numa espécie de “Renova BR” da época, o que demonstra uma tentativa de controlar o jogo político a partir do poder econômico1416. Uma CPI revelou diversas irregularidades nas operações do IBAD e do seu braço financeiro, o ADEPE, levando ao seu fechamento1114. O general reformado Hélio Ibiapina revelou que o IBAD possuía ligações com a CIA1718. O perfil “Fatos Nacionais” no Twitter afirma que o IBAD era uma fachada dos americanos para financiar o golpe de 6419. O IBAD se opôs à inclusão de uma política externa independente em seu manifesto político, evidenciando o seu alinhamento com interesses estrangeiros20.

A relação de Dulles e do IBAD com a queda de Jânio Quadros é um ponto crucial do dossiê. Jânio Quadros criticava o “trust do ferro”, o que gerou insatisfação na Hanna e no grupo de Dulles21. Após a renúncia de Jânio, Dulles visitou Castilho Cabral, com o objetivo de defender os interesses da Hanna2122. As ações de Jânio no sentido de ter uma política externa independente podem ter sido o motivo da sua queda, como dito no vídeo. Segundo o vídeo, a história da queda de Jânio demonstra a existência de uma “mão invisível” que atuava nos bastidores da política brasileira22.

O Dossiê Dulles também expõe a atuação da mídia brasileira na manipulação da opinião pública e na perseguição àqueles que se opõem ao establishment. A Globo e o Estadão são acusados de disseminar fake news e de manipular informações para sabotar o Brasil e perseguir a direita232425. A maior fake news dos últimos 10 anos no Brasil, segundo o vídeo, foi o laptop da “Bim”, inventado pela Daniela Lima da Globo News23. A cobertura da Marcha da Família, um evento que culminou na queda de Jango, demonstra o alinhamento da mídia com os interesses golpistas262728. A mídia se opõe à soberania nacional, atacando qualquer político que a defenda29.

O dossiê traça um paralelo entre os eventos do passado e a atualidade, mostrando como os mesmos padrões de interferência estrangeira e manipulação midiática se repetem no Brasil3031. As mesmas famílias e grupos de poder estão envolvidos na política brasileira, reciclando métodos e objetivos31. Qualquer tentativa de um governo de defender a soberania nacional é vista como uma ameaça por esses grupos2932. O Brasil é visto como um campo de teste para a luta contra a “extrema direita”303334. ONGs que atuam no Brasil recebem financiamento estrangeiro e promovem agendas que sabotam o país163536. Kim Paim estabelece um paralelo entre o que aconteceu em 64 e o que aconteceu com o governo de Jair Bolsonaro, demonstrando como a história se repete293738. Além disso, há uma tentativa de minar a mineração nacional em benefício de empresas estrangeiras, assim como se viu a tentativa de rediscutir a questão da mineração no Brasil em 202039.

Em suma, o Dossiê Dulles revela que a interferência de agentes estrangeiros e nacionais em momentos cruciais da história do Brasil teve um impacto profundo na política e economia do país. A história de John Watson Foster Dulles e as suas conexões com a CIA, o IBAD e a mineradora Hanna são apenas uma amostra de como grupos de poder atuaram para defender os seus interesses, muitas vezes em detrimento do povo brasileiro. A compreensão desses eventos passados é essencial para que se possa construir um futuro mais justo, livre e soberano, como afirma o vídeo. A história, segundo o vídeo, é contada pelos vencedores, mas sempre há “malucos” para juntar as peças e mostrar a verdade40.

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