A História do Barão de Mauá, do Tenente Matthew Fontaine Maury da Marinha dos Estados Unidos, do Mississippi e da Amazônia.
janeiro 30, 2025
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A história da Amazônia e o interesse estrangeiro nessa região são ricos e complexos, especialmente no contexto do século XIX com a narrativa proposta por Matthew Fontaine Maury.
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A história da Amazônia e o interesse estrangeiro nessa região são ricos e complexos, especialmente no contexto do século XIX com a narrativa proposta por Matthew Fontaine Maury.
No século XIX, o Brasil estava emergindo como uma nação independente após a independência de Portugal em 1822.
Durante esse tempo, havia um crescente interesse internacional na Amazônia devido à sua vasta riqueza natural e potencial estratégico.
Maury, um tenente da Marinha dos EUA e figura proeminente em meteorologia e oceanografia, propôs que o Rio Amazonas poderia ser considerado uma extensão do Rio Mississippi.
Em suas cartas publicadas, ele argumentava que a similaridade em alguns aspectos geográficos poderia justificar uma conexão ou até mesmo uma integração política e econômica entre os dois países, com os Estados Unidos estendendo sua influência sobre a Amazônia.
Os brasileiros responderam com a criação da “Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas.”
Baron de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, foi um significativo empresário e banqueiro brasileiro do século XIX.
Ele foi uma figura central no desenvolvimento econômico do Brasil, especialmente no que diz respeito à infraestrutura e ao comércio.
Em 1852, Mauá foi convidado para estabelecer a “Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas.”
A criação dessa companhia serviu para várias finalidades:
Soberania. Esta companhia demonstrou a presença brasileira e controle sobre a região, respondendo diretamente às insinuações de Maury e outros sobre a internacionalização ou anexação da Amazônia.
Desenvolvimento Econômico. A companhia facilitou o comércio ao longo do Rio Amazonas, promovendo o desenvolvimento econômico da região. O transporte fluvial era crucial para a economia amazônica, especialmente com o ciclo da borracha que estava prestes a começar.
Operações da Companhia. A companhia operava navios a vapor, que eram uma novidade na época, permitindo uma navegação mais eficiente pelo Amazonas e seus afluentes.
Além de transportar mercadorias e passageiros, a empresa também se engajou no comércio de produtos regionais como o látex, que mais tarde se tornaria vital durante o boom da borracha.
A iniciativa de Mauá não foi apenas uma resposta prática, mas também um símbolo da determinação brasileira em manter e demonstrar sua soberania sobre a Amazônia.
Isso ajudou a fortalecer a presença brasileira na região diante dos interesses estrangeiros.
Em termos de desenvolvimento regional, a companhia ajudou a integrar economicamente a Amazônia com o resto do Brasil, promovendo colonização, comércio e a exploração dos recursos florestais.
A tentativa de Maury de justificar a anexação baseada na geografia reflete um modelo histórico de narrativas que justificam intervenções ou interesses estrangeiros na Amazônia.
Essas narrativas evoluíram ao longo do tempo, mas o interesse na região permaneceu constante, seja pela sua biodiversidade, recursos minerais ou significância geopolítica.
A história da “Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas” é um exemplo de como o Brasil, através de figuras como o Barão de Mauá, respondeu estrategicamente aos desafios à sua soberania, utilizando o desenvolvimento econômico como ferramenta para a afirmação nacional.